terça-feira, 4 de março de 2014

domingo, 2 de março de 2014

MEDOS NA INFÂNCIA!

Entrevista cedida por Maria de Jesus Candeias à Revista Pais e Filhos, Dezembro de 2013. 
Texto de Teresa Diogo.

* Definição de Medo
* Exemplo de Intervenção Familiar
* O que os pais podem fazer?
* Dicas


Os medos na infância são tão comuns quanto importantes para o desenvolvimento. Vão variando conforme a idade, mas todos necessitam de confiança e segurança para serem enfrentados. 

O Rodrigo tem dois sprays anti-monstros no quarto, um em cima da mesa de cabeceira e outro no móvel dos brinquedos para ter certeza de que não será pego desprevenido enquanto brinca. Todas as noites, anter de ir para a cama, a mãe o acompanha na ronda em busca de seres assustadores em baixo da cama, dentro do guarda-roupas, atrás da cortina... sempre com o spray mágico na mão. Só se deita depois de se certificar que não há nenhum monstro escondido. A mãe fica no quarto até ele adormecer e uma luz fica acesa durante a noite inteira. Com a falta de uma solução melhor, a mãe do Rodrigo, de cinco anos, resolveu munir o filho de uma ferramenta implacável contra os monstros imaginários que lhe causam tanto medo e que tornavam a hora de deitar num suplício. Inspirou-se nas ideias que encontrou na internet, agarrou num vaporizador vazio, o encheu de água, colocou um rótulo apropriado a um produto anti-monstros e disse ao seu filho que agora já não precisava sentir medo: se aparecesse um monstro, bastava usar o seu spray mágico! A ideia lhe agradou e, embora ainda com algum receio, a ida para a cama assumiu contornos de brincadeira e tornou-se muito mais fácil. Ao mesmo tempo, a inspeção exaustiva ao quarto permite-lhe enfrentar o medo e verificar que, afinal, ali não há monstros. 

A técnica do spray anti-monstros é usada por muitas famílias, como se pode constatar em inúmeros mommy blogs que a sugerem. Para algumas crianças, como é o caso de Rodrigo, pode de fato ser uma grande ajuda e transmitir a tão desejada segurança para enfrentar as criaturas imaginárias, mas para outras esta estratégia pode não se revelar eficiente. Antes pelo contrário: a caça aos monstros significa que existe a possibilidade real de estar  frente a frente com um deles e esta ideia pode ser ainda mais assustadora. Por outro lado, a inspeção ao guarda-roupas ou debaixo da cama pode levar a criança a pensar que se os adultos estão à procura é porque os monstros existem mesmo. Ou seja, cada caso é um caso e o melhor é escolher a estratégia de ataque com bom senso, porque o que resulta para uma criança pode agravar ainda mais a ansiedade de outra. 

"Os medos na infância são muito comuns, mas variam naturalmente de criança para criança, de acordo com suas características individuais e seus contextos. O mesmo estímulo pode ser ameaçador para uma criança e ser indiferente para outra. Além disso, um mesmo estímulo pode numa dada circunstância ser ameaçador para a criança e noutra ser-lhe totalmente indiferente", afirma Maria de Jesus Candeias. Uma criança de 3 anos, por exemplo, pode ter medo de entrar sozinha em uma sala cheia de crianças que não conhece, mas sentir-se completamente à vontade se estiver companhada pela mãe ou pelo pai. 

O medo é um sentimento universal que faz parte do crescimento das crianças. Ele transmite a sensação de que corremos perigo e é geralmente acompanhado de sintomas físicos, tais como: aceleração cardíaca, vermelhidão, angústia, tremor, etc. Embora estes sintomas possam ser bastante incômodos, servem muitas vezes para alertar sobre o perigo e proteger. Esta função protetora e adaptativa é especialmente importante na infância. É este medo que faz com que as crianças reajam a estranhos, não se aproximem de certos animais, não se afastem dos pais em locais desconhecidos, entre outros comportamentos. 

* Crianças que evitam situações assustadoras têm mais tendência para sofrerem de distúrbios de ansiedade na idade adulta; 

O que os pais podem fazer?

Os pais tem um papel determinante. Podem e devem ajudar as crianças a enfrentar seus medos, aumentando-lhes a confiança e evitando que evoluam para reações fóbicas. Em primeiro lugar, devem reconhecer que o medo é REAL. Depois, devem incentivar a criança a FALAR sobre o assunto, ajudando-a assim a liberta-se da angústia para que o medo se torne menos intenso. Expressões como: "Não seja ridículo! Não existem monstros no armário!" são PROIBIDAS, 

* Nunca se deve menosprezar o medo das crianças, nem forcá-la a superá-lo sozinha!

A criatividade e a brincadeira podem ser fortes aliadas na luta contra os medos. No que toca ao medo do escuro, de fantasmas, monstros, bruxas, por exemplo, pode-se sugerir aos pais que, em conjunto com os filhos, tornem esse medo concreto. lhe deem um nome, uma cara, um tamanho, um peso, enfim, que lhe deem uma identidade e o coloquem no contexto real, fora da imaginação da criança, pois assim já poderão vê-lo, falar com ele, tocá-lo, construir histórias e chegar a finais felizes. Essas histórias podem ser de variadas índoles: um jogo de futebol contra o medo, uma aventura em que o João fica amigo do monstro ao salvar o seu gatinho, a história do fantasma que afinal tinha era medo do João... Enfim, as possibilidades são infinitas, mas a principal ideia é retirar o poder da bruxa, do monstro, do fantasma, do escuro ao humanizá-los e torná-los próximos da família, logo, num lugar concreto e controlável, sempre num contexto humorizado, divertido e descontraído. (Daniela Sciaccaluga). 

Na maioria dos casos, o medo é passageiro, próprio da idade e tende a desaparecer de forma natural. Contudo, quando se torna exagerado, desproporcional, excessivamente intenso e persistente, acaba por resultar em sofrimento para a criança. Nestes casos, estamos perante um quadro fóbico. "Uma fobia é um medo persistente e irracional que leva a criança a evitar a todo custo, ou a suportar com um sofrimento enorme, situações, objetos ou atividades que são assustadoras para si. A fobia caracteriza-se por um aumento da ansiedade. 

Dicas para os pais:

(Durante o DIA): 
* Ajude o seu filho a certificar-se de que não existem fantasmas nem monstros debaixo da cama nem dentro do armário;
* Ajude-o a entender os sentimentos descontrolados que ocorrem durante o pesadelo;
* Explique e dê informações simples, claras e credíveis para que ele possa entender os acontecimentos da vida familiar que possam estar lhe perturbando;
* Evite filmes, programas de televisão e jogos de computador que possam ser violentos e provocar medo, insegurança ou incompreensão. 

(na hora de DORMIR)
* Sente-se junto dele e lhe explique o que o preocupa;
* Aceite os seus receios e a necessidade de se agarrar aos pais;
* Deixe uma luz acesa no quarto;
* Encoraje-o a usar objetos de conforto (ursinho ou cobertor preferido);
* Conte histórias que ajudam a compreender os medos e sentimentos vivenciados de forma indireta;
* Se ele recorrer à cama dos pais, depois de um pesadelo, acalme-o e o leve de volta a cama, onde lhe deve dar alguns minutos de aconchego e conforto. 

Fonte: http://crescer-psicologiainfantil.blogspot.com.br/


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma forma de intervenção estruturada e de curto prazo, que oferece aos pacientes um método para compreenderem seus problemas emocionais, assim como técnicas para manejar essas emoções, especificamente a ansiedade e a depressão. As principais características da terapia cognitiva são as seguintes:



CARACTERÍSTICA
DEFINIÇÃO
Duração Limitada
Os modelos variam.
Agenda
Cada sessão é planejada para aproveitar o tempo ao máximo, focalizando e tentando resolver os problemas.
“Aqui e Agora”
A TCC lida com o “aqui e agora”, sem referência ao passado distante.
Orientada para o problema
Terapeuta e paciente concentram-se em definir e solucionar os problemas atuais.
Colaborativa
Paciente e Terapeuta trabalham juntos para resolver os problemas.
Tarefa de Casa
É central na TCC. O objetivo é praticar em situações da vida real o que foi discutido nas sessões.
Ativa e Direcionada
O terapeuta adota um papel ativo e direcionador durante o tratamento para ajudar a definir e resolver os problemas.
Científica
O método científico é adotado, o que significa coletar dados sobre os problemas e pensamentos, criando uma hipótese e testando os resultados.
Aberta
O terapeuta e o paciente compartilham um entendimento comum do que está acontecendo na TCC.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Reflexão do dia!


"Me ensina a esquecer"

Aprender a esquecer talvez seja o mais importante da vida, porque a vida é feita de perda!

Meu filho já deveria ter largado o bico. Seis anos de idade, francamente. Ele sabe disso, tanto que, neste ano, decidiu que entregaria o bico para o Papai Noel. Desde novembro vem falando:
– No Natal, vou dar o bico para o Papai Noel. Eu vou.
Bem. Contratei um Papai Noel. Um ótimo Papai Noel. Eu mesmo quase acreditei que fosse o próprio, vindo direto do Polo Norte com seu trenó voador. Quando ele chegou à porta, batendo sino, meu guri saiu correndo pela casa:
– O bico! Tenho que achar o bico!
De fato, mal o Papai Noel entrou, ele lhe estendeu o bico:
– Ó.
Depois, encheu o Papai Noel de perguntas. Sobre o clima da Lapônia, sobre a velocidade das renas, sobre o salário dos duendes que trabalham na fábrica de brinquedos. A festa prosseguiu, depois que o Papai Noel se foi, e o meu guri se distraiu com os brinquedos novos, sobretudo com um mínion, ele adora os mínions. Então, chegou a hora de dormir. A hora do bico. Nesse momento, acometeu-o uma violenta síndrome de abstinência.
– O bico! – implorava, aos prantos. – Quero o bico! Liga pro Papai Noel! Liga pro celular dele!
Tentei consolá-lo sugerindo que pensasse nos brinquedos que havia recebido. 

Que tentasse esquecer do bico.
– Mas eu não consigo esquecer! – Ele gritava.
– Não consigo esquecer! – E, olhando para mim com os olhos rasos  

d’água, pediu:
– Pai, me ensina a esquecer! Me ensina a esquecer. 
Suspirei.
Disse que ia tentar. Que aprender a esquecer talvez seja o mais importante da vida, porque a vida é feita de perdas. Que, às vezes, é fundamental deixar de lutar, aceitar a derrota e seguir em frente, porque lá adiante tudo será novo e diferente e, decerto, melhor.
– Em certas ocasiões, a gente tem que desistir, meu filho. Simplesmente desistir. Porque, depois que a gente desiste, começa a esquecer, e vai esquecendo, vai esquecendo, até que um dia aquilo não faz mais falta e a gente olha e nem quer mais.
Ele esfregou os olhos. Aprumou-se na cama:
– Eu vou desistir do bico, pai.
– Isso. Isso...
– Porque é bom esquecer.
Eis a verdade. É bom esquecer.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/12/david-coimbra-me-ensina-a-esquecer-4374960.html

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

CUSTO DA PUNIÇÃO FÍSICA!


Muitos pais usam punição física. As crianças que crescem em famílias assim geralmente têm mais problemas em longo prazo. Aqui estão suas experiências:

1. A punição física não tem efeito duradouromuitos pais usam a punição física sem considerar as necessidades de seus filhos. Ignoram a razão pela qual  se comportam mal ou que tipo de ajuda eles precisam. Esses pais batem em seus filhos e esperam que o comportamento inadequado cesse imediatamente. Embora as crianças possam parar instantaneamente, cometerão o mesmo erro novamente, já que não são ensinadas a se comportar apropriadamente.

2. Os pais fornecem um modelo de agressão quando os pais usam a punição física como maneira de disciplinar as crianças, estas entendem de forma errada que “bater” é um dos “métodos de ensino”. Quando pensam que seus irmãos ou seus pares cometeram erros, elas provavelmente se comportarão agressivamente para “ensiná-los”. Além disso, os pais geralmente estão com raiva ou irritados quando batem nos filhos. As crianças podem pensar que podem bater nos outros quando ficam com raiva ou se irritam.

3. A punição física fere a autoestima da criança as crianças que sempre sofrem punição física percebem-se como muito travessas, e pensam que seus pais não gostam delas. Elas têm autoestima mais baixa e facilmente se sentem humilhadas quando se comparam com seus pares da mesma idade.

4. As crianças têm medo ou sentem ódio das pessoas que as castigam com punição física se as crianças são frequentemente surradas pelos pais, elas podem ter medo deles ou não gostar dos pais. Podem acreditar que isso voltara a acontecer se cometerem até mesmo erros sem importância. À longo prazo, a relação entre pais e filhos será afetada de maneira adversa.

O que fazer então?

Ao invés de usar as punições agressivas, os pais podem punir os filhos com a suspensão de algo que eles gostem. A punição deve vir o mais rapidamente possível. Quanto mais rápida a justiça, maior sua eficácia. Deve haver uma proporção adequada entre o comportamento realizado e a punição (ou a recompensa, no caso de bons comportamentos). Além disso, as punições devem ser curtas, mas consistentes. Ou seja, não há necessidade de deixar uma criança que falou um palavrão sem jogar videogame por um mês (ao final do mês, ela não lembra mais a razão da punição) e suspender a punição no meio. Se houver discordância entre o cônjuge, deve ser discutido à parte e chegar a um consenso, mas um não deve desautorizar o outro. Apesar da necessidade de executá-la com rapidez, evite fazê-la de cabeça quente. Primeiramente porque não se deve gritar com seu filho. Isso o induzirá a agir da mesma forma com você. Além disso, tendemos a exagerar quando estamos nervosos. Outro ponto importante: a punição deve ser referente apenas a coisas que não são essenciais ao desenvolvimento da criança. Não se pode punir uma criança ou adolescente deixando-o sem almoçar ou lanchar. Entretanto, as punições (mesmo a suspensão de coisas agradáveis), só devem ser utilizadas em último caso. Quando punimos uma criança ou adolescente, estamos dizendo a eles para onde não queremos que ele vá. Porém, ele não saberá para onde deve ir. Desse modo, a prática mais aconselhável para lidar com comportamentos inadequados é tentar colocá-los em extinção (ou seja, tentar identificar os potenciais reforçadores desses comportamentos e interrompê-los) e estimular os comportamentos bons, estabelecendo reforços mesmo que arbitrários.