Muitos pais usam punição física. As crianças que crescem em
famílias assim geralmente têm mais problemas em longo prazo. Aqui estão suas
experiências:
1. A punição física não tem
efeito duradouro – muitos pais usam a punição física sem considerar as
necessidades de seus filhos. Ignoram a razão pela qual se comportam
mal ou que tipo de ajuda eles precisam. Esses pais batem em seus filhos e
esperam que o comportamento inadequado cesse imediatamente. Embora as crianças
possam parar instantaneamente, cometerão o mesmo erro novamente, já que não são
ensinadas a se comportar apropriadamente.
2. Os pais fornecem um
modelo de agressão – quando os pais usam a punição física como maneira de
disciplinar as crianças, estas entendem de forma errada que “bater” é um dos
“métodos de ensino”. Quando pensam que seus irmãos ou seus pares
cometeram erros, elas provavelmente se comportarão agressivamente para
“ensiná-los”. Além disso, os pais geralmente estão com raiva ou irritados
quando batem nos filhos. As crianças podem pensar que podem bater nos outros
quando ficam com raiva ou se irritam.
3. A punição física fere a
autoestima da criança – as crianças que sempre sofrem punição física
percebem-se como muito travessas, e pensam que seus pais não gostam delas. Elas
têm autoestima mais baixa e facilmente se sentem humilhadas quando se comparam
com seus pares da mesma idade.
4. As crianças têm medo ou
sentem ódio das pessoas que as castigam com punição física – se as crianças
são frequentemente surradas pelos pais, elas podem ter medo deles ou não gostar
dos pais. Podem acreditar que isso voltara a acontecer se cometerem até mesmo
erros sem importância. À longo prazo, a relação entre pais e filhos será
afetada de maneira adversa.
O que fazer então?
Ao invés de usar as punições agressivas, os
pais podem punir os filhos com a
suspensão de algo que eles gostem.
A punição deve vir o mais rapidamente possível. Quanto mais rápida a
justiça, maior sua eficácia. Deve haver uma proporção adequada entre o
comportamento realizado e a punição (ou a recompensa, no caso de bons
comportamentos). Além disso, as punições devem ser curtas, mas consistentes. Ou
seja, não há necessidade de deixar uma criança que falou um palavrão sem jogar
videogame por um mês (ao final do mês, ela não lembra mais a razão da punição)
e suspender a punição no meio. Se houver discordância entre o cônjuge, deve ser
discutido à parte e chegar a um consenso, mas um não deve desautorizar o
outro. Apesar da necessidade de executá-la com rapidez, evite fazê-la de
cabeça quente. Primeiramente porque não se deve gritar com seu filho. Isso
o induzirá a agir da mesma forma com você. Além disso, tendemos a exagerar
quando estamos nervosos. Outro ponto importante: a punição deve ser referente
apenas a coisas que não são essenciais ao desenvolvimento da criança. Não se
pode punir uma criança ou adolescente deixando-o sem almoçar ou lanchar. Entretanto, as punições (mesmo a suspensão
de coisas agradáveis), só devem ser utilizadas em último caso. Quando
punimos uma criança ou adolescente, estamos dizendo a eles para onde não
queremos que ele vá. Porém, ele não saberá para onde deve ir. Desse modo, a
prática mais aconselhável para lidar com comportamentos inadequados é tentar
colocá-los em extinção (ou seja, tentar identificar os potenciais reforçadores
desses comportamentos e interrompê-los) e estimular os comportamentos bons, estabelecendo
reforços mesmo que arbitrários.
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