terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Dislexia!

Muitas crianças vão mal na escola, parecem desatentas e preguiçosas, confundem letras, leem mal, têm dificuldades na escrita de números e na solução de problemas. Tudo isso pode ser resultado de uma doença chamada: DISLEXIA

O termo dislexia se refere a um distúrbio de aprendizagem de escrita, leitura, ortografia e redação. Alguns especialistas ainda incluem, como resultados da doença, as dificuldades na escrita de números, não causada por deficiência mental ou sensorial, mas por um atraso na maturação de determinadas áreas do cérebro. Como essas áreas são responsáveis pelo desenvolvimento da leitura e da escrita, a criança não consegue decifrar signos que lê e ouve, não compreende perfeitamente o que está lendo e, ainda, confunde letras e sons.

Temos, assim, uma criança com nível mental normal, com saúde, com os órgãos sensoriais perfeitos, em estado emocional considerado estável, motivação normal, instrução adequada, com a mesma idade de seus colegas e que, no entanto, é incapaz de ler e escrever com a mesma facilidade. Os disléxicos podem apresentar problemas de lateralidade, orientação espacial e temporal, esquema corporal, distúrbios de atenção e dificuldades na capacidade de análise e síntese.

Torna-se custoso a um disléxico armar contas, seguir as linhas do caderno, respeitar margens e, por vezes, confundem as formas das letras e números e seus sons (d com t; v com f; b com d; p com q). Tais problemas acompanham muitas crianças no início do aprendizado, contudo as crianças disléxicas não os superam. Necessário é acrescentar que não se devem confundir erros e vícios de alfabetização com dislexia. Na dislexia, as dificuldades de leitura persistem até a idade adulta, bem como as dificuldades de ortografia, por serem habilidades relacionadas.

Usualmente, a história de vida de um disléxico é: ter algum parente próximo com o mesmo problema (pai, mãe, avós, tios); ter nascido de um parto difícil (no qual pode ter ocorrido anoxia - falta de oxigênio no cérebro -, prematuridade ou hipermaturidade); ter adquirido alguma doença infectocontagiosa que tenha produzido convulsões ou perda de consciência; ter sofrido atraso para andar ou na aquisição da fala; ter problemas de dominância lateral (distinção entre direita e esquerda). Esse problema afeta os meninos em uma proporção maior que as meninas; além disso, esse é um problema que tende a se agravar após os 12 anos, na fase de transformações da adolescência.

Quando precisa ler silenciosamente, a pessoa disléxica não consegue deixar de mover os lábios ou murmurar; costuma acompanhar a leitura, palavra por palavra, com os dedos, pois precisa pronunciar cada palavra para poder entender o seu significado e ir construindo o pensamento. Dessa maneira, essa pessoa tem dificuldade na intelecção de textos e demorará mais tempo que os outros para produzir um texto com significado, com coerência, clareza e coesão.

Assim, grande parte das pessoas disléxicas acaba por perder o gosto pela leitura e não será capaz de dominar a leitura e a escrita de uma segunda língua (língua estrangeira), apresentará um baixo rendimento escolar e acabará, inevitavelmente, sendo rotulada de "preguiçosa" e "desatenta". Elas não entendem o porquê de não conseguirem acompanhar seus colegas de sala e ficam agressivas ou inibidas, acabam por entrar em uma espécie de guerra com o mundo em que vivem. Por isso, não costumam se adaptar ao convívio escolar e podem sofrer de ansiedade, insônia e agitação.

Daí a importância de os pais e professores conhecerem o assunto, para poder proporcionar às crianças disléxicas o tratamento de que precisam e, com isso, fazer com que elas consigam se equiparar às outras crianças. Por meio de terapias com profissionais especializados, a maioria das pessoas disléxicas pode chegar a ler e a estudar normalmente, embora, para isso, tenham que se esforçar mais que as outras. No entanto, se não forem submetidas à instrução especializada, permanecerão como semi-analfabetas.

Autora: Sandra Fatima Reigota Bijoian

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