O pai aparece como o terceiro imprescindível
para que a criança elabore a perda da relação inicial com a mãe, sendo que a
criança necessita do pai para desprender-se da mãe e, ao mesmo tempo, também
necessita de um pai e de uma mãe para satisfazer, por identificação, sua
bissexualidade. O pai passa a representar um princípio de realidade e de ordem
na família, e a criança sente que ela não é mais a única a compartilhar a
atenção da mãe. Apesar de estar mais afetivo, o pai ainda é responsável por dar
limites e soltar as amarras dos filhos. A mãe tem uma tendência natural a
proteger demais a prole, transmitindo-lhe valores como acolhimento e proteção.
Já o pai estimula a independência dos filhos e corta o excesso de proteção da
mãe. Seu papel é muito importante na construção da autonomia e da ousadia da
criança. A diferença é que antes, a autoridade paterna era acompanhada do medo
que as crianças sentiam frente a uma figura tão severa e distante. Hoje, esse
processo ocorre de maneira mais saudável, já que os pais não se fazem entender
apenas no grito. O que não pode acontecer é o pai “amolecer” demais e se tornar
muito permissivo. Quando isso acontece, as crianças acabam se tornando
desobedientes, autoritárias e inseguras. Por isso, cuidado! Ser paciente, carinhoso
e atencioso, não significa abrir mão da disciplina. Dar limites é, também, uma
importante demonstração de amor, já que sem eles os filhos ficam perdidos. A
participação do pai é importante também em muitos outros aspectos. Ele serve
como modelo de comportamento para os meninos e também permite que as meninas
conheçam e compreendam o universo masculino. Práticos, objetivos e racionais,
os homens também podem mostrar às crianças uma nova forma de encarar a vida,
diferente do ponto de vista feminino. Não é preciso nem falar sobre o suporte
emocional que a maior proximidade afetiva do pai representa para os filhos. Se
amor de mãe já era bom demais, imagine isso em dobro! Um pai participativo e
atencioso representa mais autoestima, mais confiança, segurança, equilíbrio.
Ele também serve como exemplo, contribuindo para que as próximas gerações
superem definitivamente os preconceitos existentes na tradicional divisão do
papel feminino e masculino na sociedade.
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