Compartilhando o excelente texto escrito pela colega Psicóloga Elisabete Rosa de Campos sobre as exigências e expectativas sob as crianças:
"Crianças podem ser mais felizes quando as exigências são menores"
A constituição emocional do ser humano começa nas expectativas que seus pais têm antes mesmo de concebê-lo. Homens e mulheres costumam pensar e falar sobre seus filhos muito antes de eles existirem: “quando eu tiver um filho vai ser assim...” ou “minha filha não vai fazeristo...” o que estas pessoas não sabem é que já estão criando o legado que será passado aos filhos ao nascer.
A família toda deposita sonhos, esperanças, frustrações, ilusões sobre suas crianças.
É comum hoje uma “super” expectativa em relação às crianças, como se elas já precisassem nascer cumprindo metas e se pudessem fazer isto sozinhas desde o início.
A pressa que vivemos no dia a dia é passada para criança, desde as questões básicas como falar, comer, andar, devem ser aprendidas rapidamente. Nem sempre os pais tem tempo para ensinar, ou se estão na escola são muitas crianças para professora dispor do tempo necessário à cada uma.
Vemos crianças de 3 anos que conhecem as letras do alfabeto, outras de 5 que falam duas línguas, e os pais inebriados com o desempenho dos filhos não percebem a sobrecarga que estão produzindo, e a ansiedade que isto gera nos filhos.
A mesma insegurança que os adultos vivem no mercado de trabalho é repassada á criança desde muito cedo (ela tem que corresponder ás expectativas) a questão é que viver esta pressão, ansiedade e insegurança, desde muito cedo, gera dificuldades sérias na criança.
Estas dificuldades são observadas pelos adultos como birra, desatenção, agitação, agressividade, dificuldade em aprender, intolerância á frustração, exigências cada vez maiores em relação ao ter.
Outro aspecto gerador de ansiedade na criança é o depósito de poder feito pelos adultos sobre elas desde sua chegada. Por exemplo, o poder de decidir os horários da família para comer, tomar banho, dormir e acordar. A rotina é fundamental para a criança sentir-se segura. Quando é passado para ela o poder de decisão sobre as questões diárias da sua vida ela sente-se insegura e sobrecarregada.
Criança precisa viver como criança, ter tempo para aprender, brincar, fazer bagunça, se sujar. Precisa aprender a respeitar as regras da família, saber que os adultos são os responsáveis por ela e não o contrário, e é fundamental que sinta nestes adultos a segurança que precisa para crescer saudável e feliz.
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