* A auto-exploração ou masturbação é uma experiência fundamental para a
sexualidade saudável. A criança cedo aprende a brincar e a tirar prazer de seu
próprio corpo, e isto faz parte de seu desenvolvimento tanto quanto engatinhar,
andar ou falar. A experiência da auto-exploração só trará prejuízos se for
punida ou se a criança sentir-se culpada por esta atividade natural. Cabe aos
pais ignorar ou manifestar compreender o prazer que ela tira daquela
experiência. Esta é apenas mais uma fase, e como tal tende a dar lugar a
outras. Se a criança fizer isto na sua frente ou na de outras pessoas e você
ache inadequado, diga que entende ser gostoso, mas que aquele não é o local
certo, ensinando-lhe a noção de privacidade. É preciso ficar atento se a
criança se masturba em público ou excessivamente.
* É uma forma de exploração corporal como colocar a mão na
boca, a semente do feijão no ouvido ou morder o coleguinha para poder conhecer
o corpo do outro. Quando descobre os órgãos genitais a criança vai sentir
prazer na descoberta e insistir no comportamento.
* A masturbação na
infância é um indicativo de boa evolução da saúde física e emocional. A
masturbação infantil é diferente da adulta, pois não envolve fantasias e
objetos de desejo. "O prazer está voltado para o próprio corpo”. É
puramente sensorial.
* Olhar, tocar o sexo
dos amigos, masturbar-se, beijar colegas, brincar de médico. Esses
comportamentos só indicam que a sexualidade da criança está se desenvolvendo de
maneira saudável.
* Nem por isso, deve-se considerar tudo natural e permitido. É possível que a masturbação seja um problema quando é frequente. Neste caso, pode ser um sintoma de que a criança não consegue encontrar prazer nas brincadeiras e no relacionamento com colegas e adultos.
* Se a masturbação
incomoda os pais, é melhor estarem preparados para o que vem após os
3 anos. Além de adorar ficar pelada, a criança passa a ter uma desinibida
curiosidade por corpos – o seu e o dos outros. Se houver chance, vai tocar,
espiar e apertar qualquer parente ou amiguinho. Na escola, pode eleger um
amigo, mostrar-lhe o sexo e querer ver o dele. "Os pequenos se apalpam, se
lambem, se tocam, por pura curiosidade. Também porque é excitante descobrir o
que o corpinho do outro esconde”. A atitude é chamada de jogos sexuais.
"Não existem atração sexual nem conotação erótica ou malícia”.
*
É preciso ter atenção, sobretudo, à distinção do que cabe no espaço público e
no privado. A masturbação, por exemplo, requer um espaço privado para ser realizada,
assim como urinar e defecar. "O professor deve intervir ao ver um menino
manipulando a genitália em local público, mas o foco não deve ser a ação em si.
A questão é o local apropriado”. "O adulto não deve repreender a criança
apenas porque ele mesmo está incomodado. Se ela estiver se tocando em local
privado, como a cabine de um banheiro, não é adequado pedir para parar."
* Os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam,
mas também com o que não é dito. “A criança é uma esponja e ela percebe mais
coisas do que o adulto consegue notar que ela percebe”. Ela recomenda - nos
casos de a masturbação acontecer em público - que os pais façam a interdição em
particular. “Se é da intimidade, a abordagem tem que ser de forma íntima,
senão, o adulto estará transmitindo uma mensagem paradoxal”, pontua. Uma dica
importante é usar o adulto como um espelho para ajudar a criança a compreender
a orientação. “Você vê o seu pai fazendo isso na frente das pessoas?".
* Sugestão aos professores: não entre em pânico. Não há nada de errado em se tocar, mas não em
locais públicos, nem durante a aula, porque isso tira a concentração da
criança e dos outros alunos sobre o que está sendo ensinado.
* Na hora,
não entre em detalhes. Sem expor a criança, diga apenas que não pode e chame
ela de volta à atividade. Faça isso com a mesma naturalidade e convicção que a
ensinou que na sala de aula que não é permitido comer ou fazer xixi.
* É muito importante que a gente
entenda que é nesse toque e nas
descobertas sexuais que as crianças fazem a diferenciação de si e do outro. É
assim também que elas tomam consciência da diferença entre os gêneros masculino
e feminino.
* Este é
um período de investigação pessoal que
não deve ser reprimido, mas sim, adequado à cultura e às imposições sociais que
a escola precisa respeitar.
* “O que difere a
normalidade da patologia não é a qualidade é a intensidade. Todo mundo sente as mesmas coisas, mas a
patologia está no excesso”, afirma a psicóloga Anna Cláudia. Para ela, o que os
pais precisam observar é em que situação a
masturbação acontece. Novamente ela
insiste: “A primeira tarefa é
olhar sem julgamento. Acontece antes ou depois do quê? Como está o estado
emocional da criança?”.
* Para você identificar se a criança está tendo um comportamento compulsivo, observe se além de masturbar-se ela apresenta outros sinais, como isolamento, dificuldade para participar de atividades em grupo e baixa auto-estima.
* A masturbação em excesso, na maioria das vezes, pode indicar
algum problema emocional. Normalmente, a criança se masturba vez ou outra,
antes de dormir ou em momentos de ansiedade como forma de aliviar-se. "Se
ela deixa de fazer outras atividades para se masturbar, os pais têm de
observá-la mais de perto para descobrir as possíveis causas. Talvez esteja se
sentindo sozinha, pressionada por alguma mudança de rotina ou, ainda, com
dificuldades de socialização na escola".
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